Ossadas sem nome: As perguntas que o Estado evita responder

Ossadas sem nome: As perguntas que o Estado evita responder

De quem são as ossadas que a CIVICOP entregou ao Instituto de Medicina Legal e que não correspondem ao ADN dos familiares cujas amostras foram entregues para comparação?

Quem eram as pessoas cujos restos mortais foram pretensamente atribuídos, sob pressão, a famílias de vítimas do 27 de Maio, que choravam por respostas?

Que histórias carregam esses restos mortais e por que razão se tenta encobrir a sua verdadeira identidade?

Quem quer silenciar o passado, impedindo que a ciência e a tecnologia cumpram o seu papel de dar nome e dignidade aos esquecidos?

E as ossadas que continuam guardadas pela CIVICOP, que correm o risco de ser incineradas, apagando para sempre provas, identidades e tornar-se permissível a revelação de falsidades?

Estas perguntas não são meros detalhes administrativos. São o retrato de uma ferida aberta na memória colectiva. Não é apenas uma questão técnica. É uma questão de verdade, de justiça e de memória.

Cada ossada sem nome é uma história truncada, uma vida interrompida e uma família privada da verdade. E cada dia que passa sem respostas é mais um dia em que a justiça se afasta.

A ciência já mostrou que pode desvendar segredos guardados durante décadas. A genética, a antropologia forense e as tecnologias modernas são as ferramentas que podem devolver às famílias aquilo que lhes foi roubado: a certeza sobre o destino dos seus entes queridos.

A genética e a antropologia forense são hoje capazes de reconstituir identidades a partir de vestígios mínimos. Mas isso exige vontade política, transparência e coragem para evitar falsidades.

As famílias não pedem favores. Exigem o direito inalienável à verdade. Exigem que ninguém apague os traços dos seus entes queridos com uma fogueira de ossadas não identificadas.

A pergunta que fica é directa e incómoda: quem teme que a ciência revele o que a história oficial tenta enterrar?

A luta é para que ninguém seja reduzido a um número ou a uma ossada sem nome. É para que cada fragmento humano seja tratado com o respeito que merece e para que todas as famílias tenham o direito de conhecer a verdade.

Unamo-nos à ciência, à tecnologia e à verdade histórica. Porque cada identidade recuperada é uma vitória contra o esquecimento Dar nome aos esquecidos é mais do que um acto científico: é um acto de justiça. E a justiça não pode esperar.

Unidos pela verdade. Unidos pela memória.

Associação 27 de Maio

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