Angola – 27 anos depois … “Golpe fraccionista“ a 27 de Maio de 1977

Duas Versões dos Acontecimentos.

Angola – 27 anos depois … “Golpe fraccionista“ a 27 de Maio de 1977
Tópicos
Introdução

Passaram 27 anos desde os trágicos acontecimentos ocorridos em Angola a 27 de Maio de 1977. Analisar as origens mais profundas de tais acontecimentos, passará sempre por percorrer a longa história do MPLA, em diferentes e complexos contextos históricos, ainda como movimento de libertação, o que está fora dos propósitos deste artigo. Assim, centrar-me-ei aqui nas diferentes versões conhecidas sobre os factos, procurando dar um modesto contributo para clarificar algumas questões essenciais que as diferentes “sensibilidades” esgrimiram.

Sendo hoje, dado como certo que, os referidos “acontecimentos”, foram o corolário da evolução , de diferentes “sensibilidades ou facções”, ou como Nito Alves lhes chamava , das diferentes “famílias do MPLA”, importa referir no entanto , ter havido um período fundamental em que estas se enfrentaram, radicalizando posições de forma irreversível. Este período, situa-se, entre a realização da 3ª reunião plenária do Comité Central – (momento da decisão de suspensão de Nito Alves e José Van-Dúnem , em outubro de 1976 ) e a realização da assembleia de militantes na cidadela a 21 de Maio- (momento do anúncio da expulsão de Nito Alves e José Van-Dúnem ).

Tal período, coincidiu com a “pretensa vontade” por parte do CC ,em apurar da existência ou não de Fraccionismo no interior do MPLA, com base numa comissão de inquérito, que deveria trabalhar supostamente no âmbito restrito do C.C.. embora o não tenha feito. Arrastando no tempo as inquirições, bem como a apresentação das suas conclusões sobre o Fraccionismo, a comissão de inquérito, contribuiu a meu ver decisivamente, para o alastrar da divisão no seio do movimento durante esse período.

↑ Subir

Resumo da Versão oficial (Declaração do BP)

Segundo a versão oficial, publicada a12 de Julho de 1977, tratou-se de um golpe de Estado, que vinha sendo preparado desde 1974, compreendendo várias fases (infiltração, sabotagem das estruturas existentes e golpe de estado) e sendo o mesmo atribuído ao “Grupo de Nito “, como foi chamada esta facção. Esta versão, defendeu que, este grupo, apresentando-se com uma capa aparentemente revolucionária, a de uma linha “Marxista-Leninista pura”, procurou desviar o povo dos objectivos da Reconstrução Nacional e da defesa da integridade territorial e controlar as estruturas do MPLA e do governo.

O B.P. acusou mesmo o “grupo de Nito”, de ser um aliado do inimigo interno (UNITA e FNLA) e externo (Zaire, R.S.Africana e E.U.A.), de manipular as dificuldades do povo, efectuar calúnias contra dirigentes e de estar afastado das massas populares recusando-se a com elas conviver. No plano ideológico, considerou que as acusações dos fraccionistas, da existência nas cúpulas de manifestações social-democratas ou maoistas, eram conceitos palavrosos, sem significado em Angola.
A direcção do MPLA, na sua versão, não queria que se confundisse a etapa que se vivia, com uma tomada de consciência da classe operária Angolana, que considerava então pouco engajada no processo. Considerou ainda que, os conceitos de Anti-Sovietismo e Anti-Comunismo atribuídos a grande parte dos responsáveis, eram conceitos absurdos e visavam atrair o apoio dos países amigos ou Socialistas aos ditos golpistas.

↑ Subir

Algumas ideias de Nito Alves em “13 Teses em minha defesa”

Esta versão de Nito Alves, pouco conhecida, porque nunca muito divulgada, só foi possível ser redigida , antes do suposto golpe de estado , já que , como é sabido , ele foi fuzilado sem qualquer julgamento por um “tribunal militar especial”, sem contudo ter tido direito a defesa . Trata-se portanto dos seus argumentos de defesa, editados antes dos “Acontecimentos do 27 de Maio”. De forma muito sintética pode-se dizer que , neste documento ,que a versão oficial procurou diminuir e esconder, apelidando-o de panfleto, Nito Alves fez uma análise circunstanciada e estruturada, das questões ideológicas e organizativas que se viviam no dia a dia do MPLA. Recorreu sem dúvida, a inúmeras citações dos clássicos do Marxismo- Leninismo muito em voga na época , mas nunca de forma desconexa como lhe procuraram atribuir, e pelo contrário, sempre de forma bem articulada com o fio condutor da sua exposição, e de acordo com as temáticas que seleccionou para desenvolver naquele relatório, embora possa ter sido demasiado exaustivo em muitos momentos. Analisando as questões ideológicas e de organização que se colocavam no interior do movimento, naquele momento histórico, Nito Alves, defendeu nas 13 Teses, inequivocamente, os princípios Marxistas Leninistas, bem como, manifestou todo o seu apoio ao movimento comunista internacional e a sua profunda convicção ideológica de que, o MPLA deveria orientar-se por uma opção anti-maoista e anti-imperialista muito clara.

Para ele, as questões ideológicas eram determinantes naquele momento, em que, se decidira avançar para um partido Marxista Leninista , afirmando mesmo , ser a ausência dessa clarificação ideológica , em períodos anteriores, a origem remota dos problemas no movimento, acrescida pelo facto de nunca na vida do MPLA se ter realizado afinal o seu Congresso como previsto nos Estatutos. Para Nito Alves, ele estava a ser vítima de um ataque desencadeado por uma aliança de caracter anti-marxista e anti-soviética , de direita , protagonizada por pessoas em concreto, no interior do movimento , que o tinham eleito a ele, à 1ª Região Político Militar do MPLA, ao grupo de presos de São Nicolau e ao sector de Professores e Estudantes e estruturas do poder popular, como alvos a abater pelas suas conhecidas posições de apoio à URSS.

Pensava que, o protagonista principal de tal aliança era, Lúcio Lara ,Secretário Administrativo do BP , que não sendo um Secretário Geral ( cargo não previsto nos Estatutos), tudo fazia para o ser , aparecendo desde a sua chegada a Luanda, legitimado aos olhos dos militantes , com “mandatos de Agostinho Neto” para múltiplas questões, impondo desse modo uma autoridade que os estatutos não lhe reconheciam. Lúcio Lara procurava capitalizar o seu percurso de militante consequente, sempre ao lado de Agostinho Neto , para garantir o seu apoio às forças da aliança que congregava.

Para Nito Alves, deveriam ser os membros do MPLA-Movimento , no todo da sua massa militante, a ter o direito a seleccionar uma vanguarda, a partir de critérios claros à luz da teoria Marxista-Leninista, que iria essa sim, constituir a direcção do Partido, e dirigir as classes revolucionárias. Não aceitava porém que, fosse possível, transformar a cúpula do movimento no seu todo, em vanguarda, escamoteando as questões ideológicas e a posição de classe de cada um dos seus membros, naquela fase da revolução, exigindo assim uma depuração dos elementos do movimento abertamente anti-Marxistas. Tal convicção, advinha-lhe do facto, de acreditar estarem representados na cúpula do movimento, todos esses diferentes interesses de classe em busca do poder na jovem sociedade Angolana , procurando consolidar posições de hegemonia no aparelho de estado e no movimento, naquele momento.

Esses diferentes grupos de interesses, ou “famílias do MPLA”, pese embora unidos em torno do objectivo comum proclamado, de luta contra o inimigo externo e sob a bandeira da Unidade Nacional, confrontavam-se já na prática, naquele momento, de acordo com uma lógica de tomada de poder no interior do movimento, assistindo-se mesmo a uma escalada dos candidatos a “burguesia Nacional“. Esta, apoderando-se do aparelho de estado, marginalizava na prática os operários e os camponeses das lideranças, conduzindo o país para um caminho em que, o poder lhe pertenceria no futuro próximo, pondo em causa o poder popular, em função de uma “Unidade Nacional”, ambígua, apadrinhada por Agostinho Neto ,que servia apenas naquele momento a garantia dos privilégios dessa classe em ascensão.

Para Nito Alves, a vanguarda a constituir naquele momento, só poderia englobar forças verdadeiramente Marxistas-Leninistas. Preconizava, um futuro para o certas camadas do MPLA ainda vacilantes , no âmbito da Frente Anti-Imperialista, mas já não a liderança do processo revolucionário, mesmo no curto prazo. Pensava pelo contrário que, deveria haver uma depuração dos elementos que travavam a revolução. Defendia assim uma clarificação ideológica acompanhada de uma depuração ao mais alto nível, com vista à criação de um verdadeiro partido de orientação Marxista-Leninista , que deveria sair da massa dos membros do MPLA no seu todo e exercer a Ditadura Democrática Revolucionária.Na fase que se vivia na altura, segundo ele, deveriam ser as massas pequeno burguesas a desembaraçar-se dos aspectos negativos da sua prática e colocar-se no campo da revolução, e não as forças revolucionárias pelo contrário a adiarem o caminho que há muito estava traçado no “programa maior do movimento”.

Procurando definir uma teoria acabada para as diferentes etapas da revolução, indicava que na fase seguinte, da revolução socialista, a futura vanguarda , sairia então desta vanguarda revolucionária já criada na fase de Ditadura Democrática Revolucionária, que se deveria aprofundar de acordo com a teoria Marxista-Leninista para garantir a continuidade do processo revolucionário.

Nas 13 Teses, Nito Alves, dá igualmente um destaque especial a toda a campanha que o Jornal de Angola vinha desenvolvendo para o desacreditar pessoalmente e aos seus apoiantes, apelidando-os de Lagartixas e de outros nomes de répteis, perante a população. Nito Alves indicou mesmo nomes de pessoas que personificavam a referida campanha, destacando particularmente, o nome de N`Dunduma, que lhe moveu um ataque velado e sem pudor , às claras , nos editorias do Jornal de Angola , enquanto director, durante os meses que antecederam o “Golpe”. Este jornal (órgão oficial em Angola na altura), não se coibiu de fazer todo o tipo de calúnias e insinuações . Para Nito Alves , estas só eram possíveis pelo apoio que N`Dunduma gozava junto de Lúcio Lara no Movimento, ou no âmbito de uma montagem para uma clara perseguição e tentativa de aniquilamento político de um membro do CC, num país que controlava directamente os órgãos de comunicação social.

Para Nito Alves, a ausência, da democracia interna e dos métodos colectivos de direcção por parte do CC, e de outros órgãos directivos, bem como, os seus métodos artesanais de trabalho e o desconhecimento dos problemas organizativos do momento, apenas visavam, uma centralização formal ou mecânica, nas mãos de uma burocracia do movimento com vista a dominar os outros membros e as massas do proletariado exterior ao movimento. Assim, para ele,a 3ª reunião plenária do CC não se coibiu, apesar de todos os argumentos que procurou em vão explicitar naquele plenário, de tomar decisões sobre problemas que os seus membros não conheciam, nem estudaram, numa clara manifestação de oportunismo político, invocando uma disciplina não praticada por todos, para poder reprimir e “pôr na ordem” os militantes de esquerda como já tinha sido hábito no passado. (Caso Revolta Activa).

As questões de organização invocadas, sob o pretexto das perseguições à OCA18, que estavam em curso por parte da DISA, foram os motivos usados sob a capa do combate ao Fraccionismo em geral para desencadear os apetites da direita , que logo identificaram um 2º MPLA, por ele dirigido ,com vista a efectuar uma purga interna que há muito vinha sendo preparada pela ”família do MPLA afecta a Lúcio Lara”, ou seja o 1º MPLA , logo que Nito Alves deixou o DOM Nacional para assumir as funções de Ministro da Administração Interna.

↑ Subir

Nota Conclusiva

Na organização, Lúcio Lara, perseguiu o Secretariado que foi encontrar ao assumir o DOM , conseguindo afastar alguns desses membros da organização.Afastou assim todos os estrangeiros no movimento, promovendo em simultâneo elementos que provinham dos CAC , de orientação maoista e anti-soviética , e que não integraram a OCA , tendo mesmo segundo aquela organização , traído mais tarde os seus camaradas dos CAC. Esses elementos,provenientes dos CAC que se integraram no MPLA e cortaram com a OCA, foram determinantes,para criar dentro do movimento o clima da existência do chamado 2º MPLA de Nito Alves. Muitos deles,integraram até a segurança do estado e serviram de denunciantes no processo de liquidação de todas as forças de esquerda que se seguiu ao 27 de Maio, inclusivamente de seus ex- camaradas nos CAC.

Nito Alves, já referia em Fevereiro de 1977, nas suas teses , que a acusação de “Fraccionismo” que lhe era dirigida , estava associada a uma intenção de “Golpe de Estado” que lhe procuravam também imputar. Realçava igualmente o facto de que, alguns dirigentes do tal 1º MPLA teriam transmitido informações a militantes, sobre a previsão de fuzilamento dele próprio, Nito Alves, em Janeiro de 1977. As cadeias começaram também a ser preparadas pelas forças afectas a esse grupo para receber presos que a segurança já tinha em mira em listas que circulavam. Foi pois, este clima de purga generalizada de membros do MPLA, e de tentativa de eliminação física de alguns, que levou Nito Alves e o grupo de seus apoiantes mais próximos a reagir, promovendo a mobilização da grande maioria dos membros do MPLA em sua defesa ,com o apoio da maioria das organizações de massas, do povo em geral e de sectores importantes do exército.

Os chamados Nitistas manifestaram-se genuinamente no país a 27 de Maio de 1977, de forma inequívoca, apoiados pelo exército, contra a linha de orientação repressiva que era seguida, contra a carência generalizada de géneros alimentares e deterioração da vida do povo, procurando obter o apoio de Agostinho Neto às suas pretensões de depurar a organização destes elementos da aliança das forças Maoistas e de direita para garantir o aprofundamento da revolução popular.

A resposta que obtiveram foi a repressão desencadeada à contestação popular pela minoria do MPLA, o tal 1º MPLA de Lúcio Lara, Iko e Onambwe, e outros,suportada pelo exército Cubano e DISA em alegada defesa de Agostinho Neto. É hoje sobejamente conhecida esta repressão sangrenta, quer através dos relatórios da Amnistia Internacional , como pelos testemunhos pessoais, que agora , passados 27 anos, são divulgados “sem medo” por alguns na imprensa ou em livros. As prisões e campos ditos de recuperação, encheram-se com cerca de 2/3 dos membros do MPLA e viram desaparecer milhares de vidas dos filhos de Angola, da Independência e da Liberdade.

Até hoje, não houve abertura deste dossier por parte do MPLA , que insiste em considerar, apesar de certas iniciativas tomadas no bom sentido , o caso como encerrado. Tal deve-se certamente a receios de que a reabertura deste processo, possa nos dias de hoje, afectar a credibilidade de muitos dirigentes actuais do partido e trazer factores de instabilidade social. A justiça ainda não foi feita e urge avançar ao estilo de um genuíno processo de reconciliação nacional, em que a verdade dos factos históricos venha finalmente a ser conhecida e se possa ter acesso aos dados efectivos desta chacina. Não se pode continuar a esconder, a cabeça na areia por conveniências de alguns políticos, branqueando estes crimes contra a humanidade. As famílias querem a verdade, e sobretudo, que finalmente lhes entreguem os restos mortais dos seus entes queridos aos quais nunca tiveram acesso.

Falar de abertura do sistema em Angola não é suficiente, nos dias de hoje, é preciso mostrar a abertura com acções concretas que conduzam necessariamente à clarificação histórica dos factos. Só assim, se conseguirá serenar os espíritos e pacificar as almas de todos os que estiveram envolvidos ou pereceram neste processo.

↑ Subir


27 de Maio - 27 anos

José Fuso – Economista
Sobrevivente do 27 de MAIO


Sugestões

11 Respostas

  1. Nelson M. do Nascimento diz:

    Sou filho de uma pessoa que “desapareceu” por altura do 27 de Maio de 1977. O meu pai chamava-se Joaquim Maria do Nascimento, acho que era “Comissario Politico” do Estado Maior (eu so’ tinha 12 anos), um dia (entre Maio e Julho de 1977 – pode-se depois verificar datas) foi trabalhar e nunca mais voltou para casa. pelo que sei, o serviço dele era ali perto do Diario de Luanda.
    Não sei se este web site continua activo ou não. Falta muita informação e não me parece que tem sido actualizado. Precisamos de entrar em sintonia. Em nome de uma verdadeira pacificação dos espiritos dos vivos, bem como das almas dos que foram assassinados devido ao 27 de Maio de 1977, ha que juntar sinergias, agir de maneira concertada e inteligente, para que toda a verdade venha ao de cima. Para que os angolanos e o mundo saibam quantas pessoas foram de facto mortas e onde diabos os seus corpos foram atirados! De outra forma, NUNCA se podera estar em paz. Onde é que ja’ se viu dezenas de milhares de seres humanos volatilizarem-se, sem que se saiba como, e sem direito a funeral nem nada? Até os animais precisam de ver o cadaver dos seus ente-queridos para dar por terminado o luto e poder prosseguir.

    Bem haja.

  2. António diz:

    Acho que ja é tempo de se falar abertamente (sem politizar) os acontecimentos do dia 27. 5.77, pois só assim poderemos todos nos Angolanos perceber melhor sobre um assunto que marcou profundamente varias familias, assim como a hitoria desta linda terra, só assim estaremos em condições de falar em perdão, a exemplo do foi a Africa do Sul com o apartheid deveria-se criar uma comissão para se apurar responsabilidades.
    sejamos responsaveis.

  3. Neto diz:

    Há muito tempo que não tinha noção alguma sobre o 27 de maio,todo porque desde os meus primeiros anos de ensino o sistema colocou uma veda nos meus olhos para não olhar. a partir do ensino superior, com algumas pesquisas feitas compreende a profundeza da questão. hoje é 27 de maio de 2010 e acordei com ansia de ver na TPA algum reconhecimento e respeito sobre a data, como costuma-se fazer no «4 de fevereiro» e outras datas, mas decepcionei-me com a ignorancia. sendo assim nunca viveremos uma verdadeira democracia se não reinar o espirito de perdão, de liberdade e reconhecimento (melhor não usarmos a palavra democracia no nosso país quando não sabemos o verdadeiro significado dela).

    Que Deus abençoe os sobreviventes e o nosso país

  4. LUIS MANUEL SIMÕES DE SÁ NOGUEIRA diz:

    é pena ter existido o 27 de maio de 1977. O País estava a reunir-se das recentes invasões que surgiram ainda antes de 1975, perpretadas por jonas savimbi e seus seguidores, holden roberto e seus seguidores, fortemente apoiados pelo exército sul-africano, mercenários e zairenses, como tal o 27 de Maio foi um tiro de canhão nesta angola fragilizada. Nito Alves conhecia bem esta fragilidade e como tal quiz aproveitar-se da situação para conseguir os seus intentos a tomada do poder pela força. Enganou-se pois o Mpla depois de tanta luta, depois de ter sofrido tanto não ia permitir que um elemento saído das suas fileiras fosse praticar semelhante intento. É bom que a nossa juventude saiba que Agostinho Neto foi o fundador da Nação e o Herói Nacional e que todas as decisões enérgicas que foram tomadas eram necessárias naquela época pois nós estavamos a ser atacados por todos os lados e se vacilássemos certamente ia sair muito caro. Agostinho Neto foi de facto o lider que soube naquela época por fim a estes senhores que usando de demagogia tomariam o poder sem duvida nenhuma pois as pessoas estavam na duvida. ben haja agostinho neto que senão fosse a tua decisão estariamos hoje ao lado de s.pedro a comentar os teus erros. Felizmente são eles que estão ao lado de satanás arrepemdidos das suas atitudes de tentarem destruir a revolução angolana e a nossa independencia que foi conquistada com muito sangue suor e lágrimas. Não vale a pena vocês da Associação do 27 de Maio andarem a procura de culpados. vocês sabem muito bem a borrada que cometeram na época, como tal as atoardas que estão lançando de nada vos vale. vale sim saberem pedir perdão, concordo plenamente que queiram fazer funarais, etc, mas não concordo que se façam de vitimas, pois toda a gente sabe que na época havia aquilo que se chamava o centralismo democrático e vocês desrespeitaram. Vocês sabem que havia pena de morte até 1979, isto na prática e nunca comentaram quando bandidos eram condenados a morte mas quando vos tocou agora querem dizer que foram crimes contra a humanidade. Vocês sabiam que Nito Alves votou a favor da pena de morte, como tal foi condenado por leis e regras que ele apoiou.Respeitem o nosso Herói Nacional, respeitem o escritor e Nacionalista Pepetela, respeitem o nosso querido Luandino Vieira que teve tantos anos na cadeia pela causa da liberdade do Povo Angolano, respeitem o Ludy Kissassunda e o Onambue que foram respectivamente o Director e o Director Adjunto da DISA, não por que quizeram mas sim porque a Direcção do País assim entendeu.Respeitem o nosso mais velho Mendes de Carvalho que sempre contribuiu para a liberdade deste povo batendo os seus costados na cadeia, etc., etc., .Não sejam oportunistas em querer dividir o povo angolano a nossa juventude agora estuda nas universidades e não vão ser vocês que vão convencer as pessoas que a verdade está do vosso lado. Até um cego vê, como é possivel fazerem afirmações de que Nito Alves foi morto e arremeçado ao mar com pesos, até parece que ajudaram a metê-lo no avião. É triste quando aparece a informar da forma como pessoas eram torturadas. Tenham juizo, se vocês tivessem sido torturados pela PIDE DGS certamente não se atreveriam a tocar neste assunto. Quero finalmente pedir a todos os meus compatriotas e Camaradas que falem dos males que afectaram o povo angolano com isenção e honestidade, falem por exemplo do que se passou nos longos dias que a cidade de Kuito ex-Silva Porto esteve sitiada, as mortes de homens mulheres e crianças que ali tiveram lugar, falem do cerco a cidade de Malanje, falem das valas comuns feitas pelo pessoal seguidor de Jonas Savimbi, falem e isso é importante como a Unita administrava as zonas por ela ocupadas com a Lei da pancada, da palmatória, enfim falem de tudo o que a nossa juventude precisa de saber, por exemplo os mais velhos podem falar como foi o 15 de Março de 1961, aquela barbaridade, assassinatos em massa, falem pois os jovens querem saber.Muito obrigado

  5. João diz:

    E uma pena a nossa historia ser contada de acordo a vontade de muitos e uma pena nos angolanos mesmo sabendo de muita verdade ficarmos calados uns por medo e outros porque ganham com isso, todos nos sabemos que o que aconteceu em Angola nos ultimos 35 anos ate agora nao foi esclarecido eu aprendi sobre gangula e outros hoje sei que foi uma propaganda partidaria era necessario na epoca concordo mais sera que ainda e necessario esconder a verdade sobre o que aconteceu nao sei mais ha quem sabe, eu gostaria muito de saber e sei que quase todo angolano gostaria tirando e claro ne aqueles que continuam a ter beneficios com isso, a 2ªgerra mundial matou muita jente e nem por isso eles esconderam de todo o que aconteceu alemanha continua existir e é um dos maiores paises do mundo recorda-se da guerra e nem por isso fica apontando dedo a este ou aquele porque eles tem consiencia do que fazem em primeiro lugar o povo o povo o povo e so depois as suas vontades coisa que enfelizmente em angola em primeiro lugar os seus beneficios o resto e conversa, eu sei que vc que esta a ler isto esta dizer esse maluco nao sabe o que diz, eu te pergunto sera que ou vc quer tapar sol com peneira, para e pence se é racional um dia vc vai me dar razão, outros sei que ganham com isso escondendo a verdade mais nao faz mal um dia quando acorda rebentar vc tambem vai cair com eles e nesse dia as de te lembrar de cada palavra lida por todos aqueles que tem lutado pela verdade e o direito dos angolanos.
    Que DEUS abençoes atodos abundantemente.

  6. vadinho diz:

    agostinho neto me parecia um pouco inseguro, porq depois da independencia nao é possivel que ele casa com uma mulher branca, ainda elege um primeiro ministro branco q e o (lucio lara),isso foi o fracasso do nosso pais ate hoje, os mulatos e brancos pensa q sao dono disto. nito alves acho q foi um homen de prencipio,estava a defender OS DIREITO DOS ANGOLANO, ONDE ELE DIZ Q ANGOLA SO VAI SER INDEPENDETE SI UM DIA MULATOS E BRANCOS VARREREN AS RUA,estava tentar a brir os olhos do povo e do proprio pr. agostinho neto,sobre intencao dos branco, sbre o lugar dos proprio angolanos. mais neto nao escuto nito escuto mais lucio lara deo no que deo morreran tantos angolanos inteligentes herois da naçao, que hoje ja nao si fala como por exemplo o BALKALLF, MOSTRO IMORTAL,E OUTROS. O PROPRIO NETO DEIXO ISSO NA DISGRAÇA DEPOIS DOIS BRANCO FUGIREM POR CAUSA DA LUTA DA INDEPENDENCIA,NETO VOLTO A IRI BUSCARE ESTE BRANCO,PORISSO E QUE VIMOS MUITO BRANCO NACIDADE e MULATOS JOSE EDURADO SO E UMA VITIMA DA MA GERENÇA DE NETO.

    • KANGUNDO MALANJINO diz:

      quem te disse que os brancos e mestiços não são angolanos, pois é são pessoas como você que nem vou dar tempo para responder

    • Kito diz:

      Meus caros senhores voces todos deviam estudar um pouco da verdadeira historia do MPLA nao a historia que vos contaram com herois inventados como Augusto Ngangula etc.Antes de voces comecarem a atacar os mulatos deviam verificar quem foram os verdadeiros fundadores do MPLA e quem comecou no mundo a verdaeira luta pela liberddade foram os mulatos ROSA PARKER NOS ESTADOS UNIDOS ERA CABRITA E OS VERDEIROS FUNDADORES DO MPLA SAO VIRIATO DA CRUZ E LUCIO LARA SEUS IGNORANTES AGOSTINHO NETO E IMPOSTO PELOS SOVIETICOS POIS PARA ELES nao e possivel uma Angola independente com Presidente Mulato ele nunca esteve entre os fundadores a primeira Direccao do MPLA so tinha um preto que era MATIAS MIGUEIS que foi mandadoi fusilar por AGOSTINHO NETO POIS ELE OPUNHA SE a ideia de uma Angola so comandada por pretos e prova desse vosso racismo BAKOKO e o de alguns anos atras uma cabrita do sul de Angola ter ganho o concurso de MISS ANGOLA nao ter podido ir representar o pais pois foi considerado por mentes RACISTAS,BAKOKAS,DISCRIMINATORIAS COMOM NAO SENDO FIEL REPRESENTANTE DOS POVOS DE ANGOLA, estao com isso a dizer que os negros na America nao teem quaquer direito de representar o seu pais pois os nativos sao indios ,representar a inglaterra pois os primeiros nativos sao brancos ,etc deixem se de merdas mmeus senhores o pais e de quemluta por ele independentemente da raca,religiao ou tendencia politica isso tudo e propaganda do MPLA e por atitudes como essa que muita gente a uns anos atras pensava que JONAS SAVINBI E HOLDEN ROBERTO nao eram angolanos que so os dirigentes do mpla eram genuinos nativos e representantes do povo angolano e ja agora o meu irmao que pertenceu aos comites AMILCAR CABRAL foi preso a mando do senhor NITO ALVES E ESTEVE para ser fusilado nao pensem voces que ele Nito Alves era um menino de coro ele foi a causa de TEREM FUSILADO A MAIORIA DOS MULATOS DE MALAJE APOS O 27 de MAIO portanto nao estejam a querer empretalhar a revolucao do 27 de Maio ela serviu para matar mulatos e muitos jovens mais estudaos e tambem para muitos menbros da disa porem na cadeia com o pretexto de que eram fraccionistas alguns elementos das quais eles menbros da disa queriam comer as suas mulheres como veem ouve de tudo naqueles tempos e a min nao me ensinam nada pois eu vivi todos esses momentos e assisti ao vivo o desenrolar dos acontecimintos naquela altura aproveitou se para eliminar velhos inimigos s velhas contendas bastava acusar qualquer pessoa de fraccinista e ela ia logo para a CASA DA RECLUSAO e se esse elemento fosse MULATO E TIVESSE UMA MULHER BOA MELHOR,ERA MAIS UMA MULATA QUE IA SER COMIDA POR UM QUALQUER NATIVO MENBRO DA DISA.Ficaram todos contentes quando o OBAMA foi eleito o Presidente negro dos ESTADOS UNIDOS mas quando acontece qualquer coisa de mal a culpa e dos mulatos.EU como mulato e verddadeiro Luandense pois sou filho e neto de ILHEUS da ILHA DA NOSSA SENHORA DO CABO conhecida como ilha de Luanda tenho menos valor em Angola que um qualquer cidadao de um pais africano que viva em Angola nao foi para isso que os meus antepassados lutaram nao foi esse ideal de liberdade que eles sonharam para uma Angola unida e livre e sem sentimentos tribais e racistas.

  7. Hetiandro Magalhaes diz:

    É uma pouca vergonha para o nosso país tem que se unir forças se não vamos ser todos abandalhados.O MPLA é uma merda.

  8. Djum Mário diz:

    Estudei a história de angola, apartir da 4ªClasse, e até o ensino médio, nunca sobe sobre essa situação. Agradeço imenso. por existirem.

  9. giany diz:

    obrigado pelo esclarecimento,queria mais esplicaçoes,eu sou estudande de relaçoes internacionais na unibelas..

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.